Está pensando em viajar por ai com seu equipamento de paraquedismo? Entrar no paraquedismo abre muitas oportunidades para viagens. Você pode morar em algum lugar onde o tempo é péssimo ou simplesmente querer aproveitar os belos lugares disponíveis para dar um salto.
“Equipamentos de paraquedismo com ou sem Dispositivos de Abertura Automática (DAA) são permitidas serem despachados ou levados como bagagem de mão. É aconselhável chegar 45 antes do tempo recomendado pela companhia área quando for viajar com seu equipamento. Embale seu equipamento separadamente e não coloque outros itens juntos da bagagem”. CYPRES
Viajar com seu equipamento de paraquedismo pode ser uma experiência preocupante. Se você for sensato, já deve possuir uma apólice de seguro de viagem padrão para seus pertences e alguma cobertura adicional que diga respeito ao seu ser físico e a qualquer evento em que isso se transforme em algo não agradável.
No entanto, a menos que você providencie um seguro estendido adicional, a cobertura pela qual você está pagando provavelmente não será maior do que o valor de um equipamento moderno de paraquedismo.
Sua mochila mágica é preciosa para você.
DESPACHAR OU BAGAGEM DE MÃO?
Depois de embarcar com sucesso em sua carreira de paraquedista, mais cedo ou mais tarde alguém compartilhará com você uma história de terror envolvendo alguém que tentou viajar com um equipamento de paraquedismo e teve que enfrentar a fiscalização do aeroporto.
Os detalhes exatos dessa história são variáveis, mas geralmente envolve injustiça maciça por parte de uma equipe muito ignorante e nada legal contra um paraquedista inocente e inofensivo que só queria estar perpetuamente a um metro de seu equipamento levando-o para a aeronave como bagagem de mão.
Situações que chegam nesse ponto são raras, mas acontecem, gerando o incomodo de ter que despachar o seu equipamento e, assim, correr um risco mesmo que pequeno, mas real de seu equipamento desaparecer para sempre.
Bagagem de Mão
Viajar junto do seu equipamento de paraquedismo, com certeza esta é a melhor opção.
Seja carregando seu equipamento nas costas ou usando uma mochila própria para isso. Não importa a forma que irá levá-lo (aconselhamos a mochila). No entanto, ao passar pelo ponto de inspeção da fiscalização, deixe seu equipamento separado de todo o resto. Não faça nenhum comentário que você ache engraçado ou inteligente sobre o seu equipamento.
Você pode usar o tirante de peito para amarrar o punho do reserva e evitar que ele seja puxado. Ou, você também pode amarrar com um laço, enforca gato, zíper, ou qualquer coisa que evite o punho do reserva de ser acionado trazendo um grande prejuízo.
Detalhe importante, caso use qualquer objeto que não seja o tirante de peito, LEMBRE-SE de remover, não vá esquecer que eles estão lá e descobrir durante um salto que não consegue puxar seus punhos.
Se for necessária uma inspeção adicional, o oficial perguntará quem é o proprietário do equipamento e pedirá sua ajuda. Lembre-se de pedir a eles que não toquem nos punhos de emergência.
Nos EUA ou na Europa, a fiscalização está ciente dos equipamentos de paraquedismo. Porém, se houver algum problema durante a inspeção, peça que o supervisor da equipe venha inspecionar o equipamento. Eles têm um treinamento mais extenso e aprenderam sobre equipamentos de paraquedismo, então a chance de te liberarem é maior.
Se o equipamento precisar ser retirado da mochila ou embalagem a qual você colocou, você poderá ajudar a fazer isso. Peça um espaço onde possa abri-lo e reembalar/guardar depois.
Despachando
Se for viajar e despachar o seu equipamento de paraquedismo é aconselhável colocar em uma bagagem exclusiva. Pode até colocar junto seu capacete e macacão. Mas lembre-se de que qualquer coisa que pareça suspeita aumentará a probabilidade de sua bagagem ser aberta e inspecionada por um oficial da segurança.
O cartão do DAA deve estar sempre com meu equipamento. Nele, há uma explicação muito clara do que está dentro do equipamento e como ele funciona. Sempre deixe o cartão do DAA em cima do seu equipamento. Se a segurança decidir abrir, o cartão do DAA será a primeira coisa que verão.
Nos EUA e na Europa, o pessoal da companhia aérea está mais acostumado com pessoas que viajam com equipamento de paraquedismo, por tanto, não tem grandes problemas em despachar o seu equipamento. No entanto, em alguns outros países, não é recomendado despachar seu equipamento de paraquedismo como já citamos anteriormente.
Lembre-se, a segurança não abrirá seu paraquedas sem a sua presença. Eles irão ligar para você para fornecer assistência. Se eles despacharem sua bagagem e decidirem que precisam abrir seu paraquedas, isso geralmente acontecerá em 45 minutos (dependendo do tamanho do aeroporto). Fique atento aos avisos do aeroporto e fique próximo ao balcão de check-in neste período, para garantir.
O QUE É ESTA COISA?
O que mais poderia chamar a atenção da fiscalização em um paraquedas? Parece lógico que o DAA seja o elemento mais curioso: uma caixinha misteriosa com um par de fios salientes, um display numérico e um botão de ativação 😨. Na verdade, as unidades de DAA realmente utilizam uma quantidade muito pequena de pólvora em seu projeto (em torno 30 miligramas) – embora você não precisa dizer isso a ninguém responsável pela segurança. Apesar de ser oficialmente inofensivo de acordo com todas as autoridades da aviação, tente explicar muito bem do que se trata este dispositivo para ter a permissão de continuar sua viagem.
Ao longo de muitos depoimentos de paraquedistas que viajam em grupos, chega-se à conclusão que frequentemente um deles teria que explicar como um paraquedas funciona. Às vezes, o primeiro e o segundo equipamento passam sem levantar suspeita pelo scanner, apenas para o terceiro ser questionado, precisando de uma revista – deixando assim os dois membros iniciais do grupo a caminho do terminal, rindo do infeliz que ficou retido.
Apesar de sempre questionarem os funcionários do aeroporto o que levantou a suspeita de risco a segurança. Embora que até o momento não se tenha certeza do real motivo, parece que a combinação do cabo do reserva e do pilotinho é o que chamam a atenção. Um cabo de metal indo até o centro da “mochila” de encontro com uma caixa misteriosa parece estranho o suficiente para ser potencialmente suspeito.
Por isso, é altamente recomendável imprimir e levar com você um Raio-X do DAA, é um cartão da Segurança Aeroportuária que mostra a radiografia da unidade, explica todos os seus componentes, funcionamento e informa que são permitidos como bagagem de mão. Disponível nos respectivos fabricantes.
QUAIS SÃO AS REGRAS?
No que diz respeito às principais autoridades da aviação, não há nada sobre um equipamento de paraquedismo que o classifique como proibido de viajar junto com você no assento ou no compartimento de cargas. As companhias aéreas individuais podem ter suas próprias regras para vários tipos de equipamentos esportivos (que você deve se lembrar de verificar antes de ir a qualquer lugar), mas é muito mais provável que elas se refiram a limites de peso e taxas de excesso de bagagem do que quaisquer regras de segurança específicas.
Existem vários documentos formais disponíveis sobre equipamentos de paraquedismo, mas raramente algum funcionário de aeroporto realmente já terá lido. Como tal, cada situação dependerá inteiramente da experiência pessoal daqueles encarregados de ver suas malas – e pode variar de uma pessoa que entende rápido que você é apenas um louco que se joga de aviões e te deixa passar sem problemas algum (mais comum), passando por uma leve curiosidade (às vezes) até a indignação e arrogância que você ousaria tentar levar tal coisa para um avião e colocar a vida de todos em perigo (o funcionário mais chato que possa existir).
Clicando aqui, você encontra um documento da ANAC sobre o transporte de equipamentos de paraquedismo caso julgue útil levar com você.
O QUE ACONTECE SE PRECISAR EXPLICAR?
Seja legal. Sempre, sempre, seja legal. A equipe do aeroporto, em qualquer etapa da viagem, pode muito rapidamente arruinar não apenas o seu dia de viagem – mas toda a viagem, se acharem que é necessário. Se você for obrigado a fazer uma apresentação, geralmente uma explicação rápida enquanto eles limpam seu harness em busca de resíduos indesejados será suficiente e você estará pronto para se divertir.
Se a preocupação deles persistir além deste ponto, provavelmente será porque a pessoa com quem você está falando está um tanto (possivelmente muito) convencida de que seu velame pode de repente e dramaticamente inflar totalmente no avião, enlouquecendo todo mundo, cobrindo o para-brisa e impedir o piloto de enxergar ou algo assim.
O melhor a se fazer aqui é continuar repetindo em um tom suave “Isso é impossível” e “Não funciona assim” enquanto se lembra de ser legal. Se isso não funcionar, você pode até mesmo chamar o funcionário em questão e abrir seu pilotinho no chão. Respire fundo! Faça com que eles abram as abas, e até o pino do principal e mostre a bolsa com o velame dentro para eles, de forma a evitar que seu velame principal seja aberto no chão.
Não importa o que aconteça durante essa conversa, tente torná-la mais divertida possível e ensinar a equipe um pouco sobre o paraquedismo. Nunca se sabe, a diferença com que você age aqui pode significar salvar sua viagem e evitar dores de cabeça.
E OS ACESSÓRIOS?
Obviamente o foco quando se fala em viajar com o equipamento de paraquedismo será o paraquedas, mas não podemos esquecer dos acessórios que usamos para saltar. Bom, você não terá problemas com os seus acessórios e estes podem ser despachados com mais tranquilidade, então os conselhos aqui são básicos:
Capacete: caso vá despachar seu capacete é aconselhável colocá-lo dentro de alguma mala com outros objetos, despachar o capacete sozinho pode correr um risco de o mesmo sumir por algum motivo, o mesmo pode acontecer caso carregue ele na mão e acabe esquecendo em algum lugar. Portanto deixe ele bem guardado, apenas fique atento para que ele não fique balançando dentro da mala, evitando assim possíveis rachaduras durante turbulências.
Altímetro de Pulso: são acessórios pequenos que você pode colocar dentro de qualquer mala, mochila ou até no seu bolso. Se for um altímetro analógico ele ira funcionar durante uma parte do voo, mas a maioria possui um limite de leitura de 17.000 pés após essa altura o ponteiro vai ficar travado, não se preocupe ele não ira danificar devido a grande altitude de voo. Verifique que o ponteiro voltou para a posição zero quando estiver no chão. No caso de altímetros digitais, deixe desligado e quando for ligar no chão verifique se ele está configurado corretamente.
Altímetro Sonoro: igualmente pequenos podem ser guardados em diversos locais, ou até mesmo ser deixado no compartimento do capacete, deixe-o desligado e quando for saltar lembre-se de verificar as configurações e perceber se está funcionando normalmente, muito provável que sim.
Caso esqueça seu altímetro digital ou sonoro ligado, não se preocupe, esses dispositivos também possuem limite de leitura, normalmente 33.000 pés, após essa altura o mesmo apenas para de ler a altitude, o pior que pode acontecer neste caso é seu dispositivo ficar sem bateria dependendo do tempo da viagem.
DICAS GERAIS
Use uma mochila: Proteja seu equipamento contra possíveis danos, tanto nos casos de levar como bagagem de mão ou ser for necessário despachar (principalmente neste caso).
Amarre o punho do reserva: Isso evita que alguma mão boba no meio da multidão (caso esteja sem uma mochila) ou da fiscalização acidentalmente puxar te custando um prejuízo financeiro e algumas horas sem saltar.
Certifique-se de ter o cartão do DAA: Não custa nada imprimir a carta da fabricante dizendo que seu dispositivo está dentro da regulamentação de transporte. Se a companhia aérea tiver uma política sobre equipamentos de paraquedismo, pode ser útil imprimi-la também.
Evite ao máximo despachar: O valor do seu equipamento excede o limite de responsabilidade da companhia aérea para bagagem despachada. Se seu equipamento desaparecer, a companhia aérea vai pagar um valor bem abaixo do real valor de um equipamento de paraquedismo.
Fique tranquilo: Não fique nervoso quando for perguntado o que está levando. A fiscalização pode não estar acostumada com este tipo de bagagem, então a foto do Raio-X é estranha para eles.
Mochila a prova d’água: Vai ter que despachar? Já foi relatado caso de um equipamento despachado onde uma garrafa de vinho tinto na bolsa de outra pessoa quebrou, encharcando o equipamento, é algo super raro de acontecer, mas é melhor prevenir. Também é possível embrulhar o equipamento em um ou dois sacos de lixo para deixá-lo mais protegido.
CONCLUSÃO
Muitas pessoas viajaram com seus paraquedas como bagagem de mão muitas vezes, para muitos lugares, por muitos anos, sem problemas. De vez em quando, alguém simplesmente tem uma má sorte e acaba tendo uma história ruim para contar.
Se as coisas vão mal para você e agora não há outra saída além de ter que abrir seu velame principal ou reserva, basta fazer e acabar logo com isso. A melhor jogada, independentemente de quão longe você tenha que ir nessa estrada, é sempre fazer o que a fiscalização pedir.
Por dentro, você ferverá de raiva, mas se você for um idiota com eles, mesmo que de forma leve, o resultado disso não será nada de bom, a não ser uma longa conversa em uma sala sem janelas. Então seja legal.
Boa viagem e blue skies!
REFERÊNCIAS: