USPA Safety Day – Relatório de Fatalidades 2024

Visando melhorar a segurança no paraquedismo trazemos para vocês leitores o relatório anual de fatalidades da USPA (United States Parachute Assossiation), neste relatório a USPA faz um levantamento detalhado de todas as fatalidades que ocorreram no ano anterior nos EUA, neste caso 2024. Vale a pena a leitura, através do relatório é possível entender o que levou ao desfecho da situação e principalmente o que podemos aprender com cada fatalidade.

E vale lembrar que aqui no site possuímos o relatório de fatalidades de 2020, 2021, 2022 e 2023, além de diversos artigos abordando diversos temas diferentes sobre a segurança no paraquedismo sempre visando melhorar de geral o seu conhecimento sobre o esporte, veja todos os nossos artigos clicando aqui e sinta-se a vontade para ler, comentar e compartilhar com seus amigos paraquedistas.

O RELATÓRIO

Embora tenhamos muitos desenvolvimentos positivos para compartilhar, é importante reconhecer os aspectos mais preocupantes também. As informações a seguir examinarão as circunstâncias que levaram à perda de nove membros da nossa comunidade.

fatalidades em 2024
Cada fatalidade será classificada em sua respectiva categoria, com uma análise estatística da porcentagem que cada uma representa para 2024 e como ela se compara à média de 20 anos.

A USPA utiliza esses dados para identificar tendências no curto prazo e em várias décadas, fornecendo insights importantes para os membros do Conselho da USPA, equipe e a comunidade com objetivo de melhorar a segurança no paraquedismo.
fatalidades por categorias
Analisando por categorias, não vemos nenhum sinal de alerta significativo.

Tendências de longo prazo: A imagem abaixo compara as porcentagens de fatalidade de 2024 com a média de 20 anos (2005-2024), destacando áreas onde as taxas de incidentes se desviam das normas históricas.

Principais observações:
Problemas de pouso (44% em 2024 vs. 35% da média histórica) – Esta categoria é maior do que a média de 20 anos, reforçando a necessidade de treinamento e conscientização contínuos sobre velames.
Todas as outras categorias permanecem dentro dos limites históricos aceitáveis.
média de fatalidades por década
Principal conclusão:
A média anual de fatalidades no paraquedismo diminuiu significativamente ao longo das décadas, de 42,5 na década de 1970 para 12,0 na década de 2020. Isso representa uma redução de quase 72% nas fatalidades em relação ao pico da década de 1970.
fatalidade versus saltos
Principais conclusões:
O total de saltos aumentou drasticamente ao longo das décadas, passando de 5 milhões na década de 1960 para 35 milhões na década de 2020. Apesar desse aumento na participação, o número de fatalidades anuais diminuiu significativamente, demonstrando o impacto da evolução das medidas de segurança no paraquedismo. Isso destaca a importância de medir a segurança por meio do índice de fatalidade, que contabiliza tanto o total de saltos quanto as fatalidades.

Compreendendo a relação entre saltos e fatalidades:
– Na década de 1970, uma média de 42,5 fatalidades ocorreram anualmente durante 11 milhões de saltos.
– Na década de 2020, os saltos mais que triplicaram para 35 milhões por década, mas a média de fatalidade caiu para 12 por ano.
Isso significa que, embora mais pessoas estejam participando do esporte do que nunca, o risco por salto diminuiu significativamente.

O que é o Índice de Fatalidade e por que ele importa?
O índice de fatalidade é o número de fatalidades por 100.000 saltos — uma métrica essencial na avaliação de tendências de segurança no paraquedismo de longo prazo. Simplesmente olhar para o total de fatalidades não representa totalmente o quanto o paraquedismo se tornou mais seguro porque não leva em consideração quantos saltos foram feitos.
segurança no paraquedismo
O índice de fatalidade do paraquedismo caiu consistentemente por seis décadas, mostrando uma grande melhora na segurança.
– Na década de 1960, havia 1 fatalidade para cada 17.000 saltos de paraquedas — uma taxa de alto risco.
– Na década de 2020, havia apenas 1 fatalidade para cada 300.000 saltos de paraquedas, melhorar a segurança o paraquedismo e o tornando mais seguro do que nunca.

Comparações de taxas de fatalidade (por 100.000 participantes/eventos)
– Paraquedismo (década de 2020) → 0,34 fatalidades por 100.000 saltos
– Mergulho autônomo → 0,45 fatalidades por 100.000 mergulhos (estudos de 2000 a 2006)
– Aviação geral → 0,68 fatalidades por 100.000 horas de voo (EUA, 2022)
– Montanhismo (Himalaia) → 13 fatalidades por 100.000 escaladores (todos os tempos)
– Base Jumping → 43 fatalidades por 100.000 saltos (pesquisa do Kjerag Massif na Noruega (1995 a 2005))
– Motociclismo geral → Aproximadamente 65 fatalidades por 100.000 motocicletas registradas (EUA, 2022)
fatalidades por licença
As taxas de fatalidade ficaram um pouco abaixo da média de dez anos em todos os aspectos. Tendências abaixo da média de dez anos indicam efeitos positivos de medidas de segurança aprimoradas.

FATALIDADES EM DETALHES

Agora que revisamos as tendências gerais em fatalidades por licença e categoria, começaremos a analisar cada fatalidade individual a partir de 2024. Cada incidente fornece lições importantes que podem ajudar os paraquedistas a tomar decisões mais seguras no futuro.

Entrelaçamento (1 em 2024 – 11% do total) / (De 2005 a 2024 – 2,1%)

Uma fatalidade por entrelaçamento ocorre quando um paraquedas acionado fica enrolado no corpo do paraquedista ou em outra parte do sistema.

Fatalidades por entrelaçamentos são raras, representando apenas 2,1% das fatalidades de paraquedismo nos últimos 20 anos. A tendência de longo prazo mostra uma diminuição, mas 2023 e 2024 tiveram uma fatalidade por emaranhamento, sinalizando que esse risco ainda existe, principalmente em wingsuits.

fatalidades de entrelaçamento

Um homem de 63 anos com mais de 200 saltos e 8 anos de experiência estava fazendo um salto solo de wingsuit de um Cessna 182.
Ele havia concluído recentemente um curso de voo inicial de wingsuit, mas só havia saltado de uma aeronave de turbina antes — este foi seu primeiro salto de wingsuit de um 182.

Sua saída foi instável, levando a um comando instável. Seu velame principal se enroscou em seu corpo e, apesar de desconectar, permaneceu enroscado. Ele então acionou seu reserva, que acabou enrolado ao seu corpo ou no velame principal, impedindo a abertura total. Ele se chocou ao solo sob ambos os velames entrelaçados.


Comportamentos de risco e lições aprendidas:
– Saídas instáveis ​​aumentam o risco de entrelaçamentos. Os wingsuiters devem ser treinados em diferentes tipos de aeronaves antes da transição para novas asas.

Observações da Comunidade:
Incentive a progressão estruturada do wingsuit
– Promova o treinamento de procedimentos de emergência para entrelaçamentos, com foco na tomada de decisões da desconexão e no tempo de comando do reserva.

Colisão de Velames (1 em 2024 – 11% do total) / (De 2005 a 2024 – 11%)

Uma fatalidade de colisão de velame ocorre quando dois ou mais paraquedistas colidem sob um paraquedas, levando a uma descida incontrolável.

Colisões de velame são responsáveis ​​por 11% das fatalidades de paraquedismo (2005-2024), correspondendo à porcentagem em 2024. A tendência de longo prazo mostra um declínio constante, sugerindo que o treinamento e as regulamentações — como a separação de áreas de pousos — estão ajudando. No entanto, esse incidente ocorreu no separação, destacando a importância da separação em queda livre e da consciência vertical durante os saltos.

Os dois cenários mais comuns são:
Durante o comando — quando um paraquedista comanda no espaço aéreo de outro paraquedista ou colide logo após a abertura.
Abaixo de 1.000 pés no circuito de pouso — onde os paraquedistas avaliam mal o espaçamento ou o direito de passagem ou perdem a consciência situacional ao se concentrarem em sua área de pouso.

colisão de velames

Um homem de 42 anos com 10.500 saltos e 12 anos de experiência estava liderando um salto de desloc 5-way de um Cessna Caravan. Na altitude de separação, ele fez a transição para um track antes de comandar seu paraquedas principal. Outro paraquedista, com apenas 102 saltos, estava acima dele e, ao ver o paraquedas sendo aberto abaixo, abriu seu velame para evitar uma colisão. Apesar disso, os dois paraquedistas colidiram quando seus paraquedas inflaram. O paraquedista experiente ficou incapacitado pelo impacto, e seu paraquedas principal entrou em um giro rápido até que ele atingiu o solo. O paraquedista com menos experiência sobreviveu com uma concussão e hematomas, pousando sem incidentes com seu velame principal.

Comportamentos de risco e lições aprendidas:
– Confusão sobre a altitude de separação: alguns paraquedistas acreditavam que era 5.500 pés, outros achavam que era 5.000 pés, contribuindo para o problema de espaçamento.
– Falta de experiência no grupo: o atleta com menos experiência tinha apenas 102 saltos e lutou para manter o controle e manter uma proximidade adequada durante o salto em ângulo, tornando-o uma combinação ruim para um salto de desloc 5-way.
– Momento e posicionamento no comando: o atleta que estava mais alto pode ter se saído melhor permanecendo em queda livre um pouco mais e ter feito o track para mais longe antes de se comandar.

Observações da comunidade:
– Planejamento mais rigoroso para saltos de desloc: os organizadores devem garantir que todos os participantes entendam a altitude de separação, separação no track e espaçamento no comando.
– Limite o tamanho do grupo para atletas com menos experiência: o Manual da USPA recomenda manter os saltos de desloc em 3 paraquedistas ou menos até que os níveis de experiência aumentem.
– Eduque os atletas sobre estratégias de separação de comando: entender quando atrasar o comando em vez de comandar imediatamente pode evitar colisões desnecessárias.

Problemas no Equipamento (1 em 2024 – 11% do total) / (De 2005 a 2024 – 12%)

Mortes por problemas de equipamento ocorrem quando um paraquedista sofre uma falha relacionada ao equipamento, dobragem e manutenção, ou componentes do sistema incompatíveis.

Mortes relacionadas a equipamentos foram responsáveis ​​por 12% das mortes de paraquedismo entre 2005-2024, semelhante aos 11% em 2024. A tendência de longo prazo mostra um declínio lento, refletindo melhorias no design do equipamento e na conscientização sobre manutenção.

problemas no equipamento

Um homem de 74 anos com 7.113 saltos e 32 anos de experiência saiu de um Twin Otter para um salto de formação de 4-way. A formação afunilou no meio do salto, causando uma pequena desorganização, mas nenhum problema imediato. Após a separação e o comando, uma testemunha no solo observou seu paraquedas voando normalmente. Momentos depois, o paraquedas estava em um giro rápido, com apenas um tirante ainda preso. Ele foi observado pendurado desacordado no harness pelos últimos 1.000 pés, sem reação. A investigação descobriu que seu punho de desconexão foi parcialmente extraído e seu tirante direito havia se soltado, levando ao giro rápido.

Comportamentos de risco e lições aprendidas:
– O deslocamento acidental do punho de desconexão pode ocorrer em queda livre, principalmente após o contato em saltos de formação.
– Um punho de desconexão parcialmente puxado pode levar à liberação de um tirante, criando um giro severo que pode ser desorientador e difícil de recuperar.
– Fatores médicos podem ter desempenhado um papel fundamental. O falecido estava tomando medicamentos que poderiam causar tontura, o que pode ter prejudicado sua resposta a situação.

Observações da comunidade:
– Enfatize os checks de segurança antes da saída e após contatos em queda livre.
– Incentive os paraquedistas idosos a avaliar como os medicamentos e a condição física afetam os tempos de resposta.

Problemas Médicos (1 em 2024 – 11% do total) / (De 2005 a 2024 – 9,7%)

As fatalidades por problemas médicos ocorrem quando um paraquedista passa por uma emergência relacionada à saúde durante o salto, como um ataque cardíaco, derrame ou perda de consciência ou problemas de saúde mental que se manifestam com um atleta usando o paraquedismo como um veículo para cometer suicídio. Em alguns casos, eles são preveníveis por meio de exames de saúde regulares, enquanto outros são imprevisíveis.

As fatalidades relacionadas à saúde foram responsáveis ​​por 9,7% do total de mortes de 2005 a 2024, correspondendo de perto aos 11% em 2024. A tendência de longo prazo permaneceu estável, indicando que, embora esses incidentes sejam relativamente raros, eles são persistentes.

problemas médicos

Um homem de 47 anos com 1.026 saltos e 12 anos de experiência saiu de um Cessna Caravan a 14.000 pés para um salto solo. Ele planejou um “high pull”, abrindo seu paraquedas logo após a saída. Um colega o viu ainda em queda livre, em uma posição de costas para o chão, parecendo não reagir. Ele não comandou nenhum velame e morreu instantaneamente no impacto. Os primeiros socorristas não encontraram evidências de uma tentativa de abrir o velame principal ou reserva. O paraquedista relatou que se sentiu mal no início do dia, sentindo desconforto no peito e na garganta, e optou por não exercer seu serviço de piloto tandem, mas ainda escolheu saltar em com seu equipamento solo. Seu equipamento não tinha um DAA.

Comportamentos de risco e lições aprendidas:
– Ignorar sinais de alerta: O falecido se sentiu mal, mas ainda escolheu saltar. Dor no peito e desconforto na parte superior do corpo podem ser sintomas de um ataque cardíaco.
– A falta de um DAA: Um DAA poderia ter disparado o velame reserva, potencialmente levando a um pouso com sobrevivência e pelo menos uma chance para os socorristas ajudarem.
– Riscos relacionados à idade: Paraquedistas com mais de 40 anos enfrentam maiores riscos à saúde, particularmente relacionados a condições cardiovasculares.

Observações da comunidade:
– Incentive exames médicos anuais para paraquedistas com mais de 40 anos, especialmente aqueles com histórico familiar de doença cardíaca.
– Promova a autoavaliação antes de saltar: Se um paraquedista não se sentir bem, ele não deve saltar.
– Aumente o uso do DAA: Alguns paraquedistas experientes optam por não usar um DAA, mas em casos como este, um DAA pode fazer a diferença.
– No Brasil o uso de DAA é OBRIGATÓRIO para todos desde 2014.

Comando a Baixa Altura (1 em 2024 – 11% do total) / (De 2005 a 2024 – 2,6%)

Uma fatalidade de comando a baixa altura ocorre quando um paraquedista comanda o velame principal ou reserva muito baixo para que ele infle completamente. As fatalidades de comando a baixa altura foram responsáveis ​​por apenas 2,6% de todas as fatalidades de 2005 a 2024, tornando esta categoria relativamente rara. Esta é apenas a segunda fatalidade de comando a baixa altura na última década.

comando a baixa altura

Um homem de 36 anos com 18 anos de experiência saiu de um King Air em seu segundo salto do dia com um novo wingsuit. Ele era um wingsuiter experiente, mas teve dificuldade para comandar nos dois saltos naquele dia. No momento do comando, ele ficou instável ao tentar comandar e começou a girar e cair. Ele não conseguiu comandar seu velame principal e se chocou com o solo em alta velocidade. Seu velame reserva foi encontrado fora do container, próximo a este corpo e a freebag, o reserva ainda estava quase todo fechado, pois estava dobrado. Os investigadores não puderam confirmar se ele puxou o punho do reserva ou se foi desalojado quando ele passou pela vegetação (árvore) pouco antes do impacto. Seu equipamento não tinha um DAA.

Comportamentos de risco e lições aprendidas:
– Novo wingsuit, risco aumentado: a transição para um novo wingsuit requer treinamento e prática adicionais, mesmo para paraquedistas experientes.
– Perda de consciência de altitude em instabilidade: os paraquedistas devem priorizar a altitude em vez da estabilidade — o comando na altitude correta é mais crítica do que estar estável.
– Nenhum DAA presente: um DAA poderia ter disparado o velame reserva, aumentando as chances de sobrevivência.

Observações da comunidade:
– Progressão estruturada do wingsuit: os paraquedistas devem fazer a transição gradual para wingsuits mais avançados sob a supervisão de treinadores experientes.
– Treinamento de prioridade de altitude: reforce que o comando na altitude correta é a principal prioridade, mesmo em uma posição instável.
– Aumente a conscientização do DAA: embora não seja obrigatório nos EUA, os DAA fornecem uma rede de segurança adicional em situações em que um paraquedista não consegue comandar.
– No Brasil o uso de DAA é OBRIGATÓRIO desde 2014.

Problemas no Pouso (4 em 2024 – 44% do total) / (De 2005 a 2024 – 35%)

Problemas de pouso ocorrem quando um paraquedista morre ao pousar em um velame totalmente funcional. Esta categoria inclui:

  • Curvas baixas intencionais – Pousos de alta performance resultando em impacto.
  • Curvas baixas não intencionais – Curvas repentinas para evitar obstáculos ou se ajustar ao vento.
  • Problemas de pouso não relacionados a curvas – Pousos forte devido a turbulência, obstáculos ou tempo de flare mal calculado.
problemas no pouso
Embora o número total de fatalidades nesta categoria tenha diminuído gradualmente, ele não diminuiu na mesma proporção que as fatalidades gerais de paraquedismo.
Esta persistência indica uma preocupação contínua, pois a proporção de fatalidades nesta categoria permanece relativamente alta.
Embora as fatalidades gerais de pouso tenham diminuído ligeiramente ao longo do tempo (foto anterior), sua porcentagem de fatalidades totais está aumentando.
Isso significa que, embora estejamos progredindo na redução das fatalidades gerais, não estamos melhorando tão rapidamente em incidentes relacionados a pousos em comparação com outras categorias.

Em 2005, as fatalidades de pouso representaram cerca de 30% de todas as fatalidades. Em 2024, elas representaram 44% de todas as fatalidades, mostrando um aumento constante em seu impacto proporcional. Isso significa que, à medida que melhoramos outras áreas, os erros de pouso continuam sendo um grande desafio.

A segurança no pouso deve ser o foco principal daqui para frente. A Força-Tarefa da USPA está trabalhando em cadernetas de progressão de velame para categorias C e D, como os requisitos da categoria B. As áreas devem enfatizar o cuidado para paraquedistas antes que eles realizem pousos de alta performance. Conscientização mais rigorosa e padrões mais elevados sobre riscos ambientais, como turbulência e redemoinhos de poeira, podem ajudar a mitigar problemas de pouso não relacionados a curvas.
segurança no paraquedismo
Dados históricos de 2024:

Curvas baixas intencionais:
– 66% dos incidentes com fatalidades em pousos em 2024, acima dos 44% históricos.
Isso sugere que os pousos de velame de alta performance continuam sendo um problema persistente.

Curvas baixas não intencionais:
0 fatalidades em 2024, em comparação com 26% historicamente.
Isso continua a tendência de melhoria observada nos últimos anos, provavelmente devido ao melhor treinamento na tomada de decisões com velame em baixa altitude.

Mortalidades em pousos não relacionados a curvas:
– 33% em 2024, em comparação com 30% historicamente.
Elas envolvem condições de vento, obstáculos e fatores ambientais (turbulência).

Por que fatalidades intencionais em curvas baixas são uma preocupação:
– Pousos de alto desempenho exigem controle preciso e percepção de profundidade perfeita.
– Muitas fatalidades envolvem paraquedistas que avaliam mal a altitude ou os arcos de recuperação, especialmente após um tempo sem saltar.
– A crescente normalização de alta carga alar (2.4 – 3.0) aumenta o risco.
– Até mesmo paraquedistas experientes cometem erros críticos em mergulhos que levam a impactos fatais.

Observações da comunidade:
– Incentive a progressão estruturada no voo de velame, garantindo que os paraquedistas troquem para velames menores em um ritmo controlado.
– Exija reciclagem para paraquedistas retornando de longos tempos sem saltar, principalmente aqueles voando velames pequenos e de alta velocidade.
– Iniciativas da força-tarefa de velame — desenvolvendo folhas de progressão em velame para categorias C e D, semelhantes ao requisito da categoria B.
– Maior ênfase na consciência de altitude em pousos de alta performance.
cuva baixa não intencional
Esses incidentes geralmente acontecem quando um paraquedista faz uma curva baixa repentina perto do solo para evitar um obstáculo, virar contra o vento ou evitar outro velame.

Nenhuma fatalidade não intencional em curvas baixas em 2024, continuando uma tendência positiva. Historicamente, 6,8% de todas as fatalidades (2005-2024) se enquadram nessa categoria. Isso sugere que um melhor treinamento e tomada de decisões sobre velames estão reduzindo esses tipos de acidentes.

Por que essa tendência está melhorando:
– Melhor conscientização sobre velames — a progressão do velame com categoria B ajudou novos paraquedistas a aprender como gerenciar a consciência de altitude e evitar curvas baixas.
– Progressão de downsizing mais controlada — Menos paraquedistas estão progredindo para velames menores muito rapidamente sem o treinamento adequado.
– Áreas impondo melhores padrões de tráfego — Regras padronizadas de direção de pouso reduziram as manobras de última hora.

Observações da Comunidade:
– Mantenha diretrizes rígidas de progressão do velame para manter os paraquedistas em velames apropriados para seu nível de habilidade.
– Continue reforçando a conscientização do tráfego e a separação segura durante a descida do velame.
– Enfatize o planejamento de padrões de pouso com antecedência para que os paraquedistas não precisem de curvas de última hora em baixas altitudes.
não relacionado a curva
Problemas de pouso não relacionados a curvas foram responsáveis ​​por 11% de todas as fatalidades de 2005 a 2024. Em 2024, esse incidente foi responsável por 22% do total de fatalidades, mas foi um incidente com tandem. Quando categorizado por incidentes em vez de fatalidades, isso representa 11% do total de incidentes, alinhando-se com a média de 20 anos.

Um instrutor de tandem de 28 anos com 4.500 saltos e 12 anos de experiência saiu de um Twin Otter a 13.000 pés com um aluno novato de 28 anos com uma carga alar de 0.9. Enquanto estava em se dirigindo do ponto A para o ponto B, um redemoinho de poeira visível foi observado sobre o terreno desértico perto da área de pouso de grama. O instrutor de tandem ajustou o curso para evitá-lo e virou para sua aproximação final. A 30-40 pés, a dupla encontrou um segundo redemoinho de poeira sobre a área de pouso, que era invisível devido à falta de detritos no chão. O paraquedas virou violentamente para a esquerda, e a dupla de tandem atingiu o solo simultaneamente com o velame. Primeiros socorros imediatos foram fornecidos, mas o instrutor não respondeu e morreu logo após o impacto. O aluno foi transportado para o hospital e morreu dois dias depois.

Comportamentos de risco e lições aprendidas:
– Os redemoinhos de poeira são imprevisíveis e perigosos: são comuns em ambientes quentes e secos, mas podem aparecer em qualquer lugar quando as condições permitem.
– Os redemoinhos de poeira invisíveis representam um risco significativo: aqueles que se formam sobre grama ou asfalto geralmente não têm detritos, o que os torna impossíveis de ver.
– A proximidade de terrenos contrastantes pode aumentar o risco: os redemoinhos de poeira têm mais probabilidade de se formar em áreas onde as superfícies do solo aquecem de forma desigual (por exemplo, asfalto próximo à grama).

Observações da comunidade:
– Maior conscientização sobre redemoinhos de poeira: paraquedistas e escolas devem monitorar as condições e entender que os redemoinhos de poeira podem se formar repentinamente.
– Avaliação da área de pouso: se os redemoinhos de poeira forem visíveis nas proximidades, esperar que as condições melhorem é a opção mais segura.
– Escolha de áreas de pouso alternativas: se esta voando com o velame e os redemoinhos de poeira forem avistados, os paraquedistas devem tentar pousar o mais longe possível de turbulências visíveis.
– Conscientização sobre as condições de vento e temperatura: temperaturas altas e ventos fracos aumentam a probabilidade de formação de redemoinhos de poeira, mesmo quando nenhum deles foi visto anteriormente.

curva baixa itnencional
Elas ocorrem quando um paraquedista deliberadamente inicia uma curva de baixa altitude para ganhar velocidade para um pouso de alta performance, mas calcula mal a recuperação. Fatalidades resultam de velocidade de descida excessiva, altitude mal avaliada ou falha em completar o arco de recuperação antes do impacto.

Incidente nº 1
Um homem de 42 anos com 1.400 saltos e nove anos de experiência saiu de um Cessna Caravan. Ele estava saltando com um velame de 84 pés com uma carga alar de 2.4. Os investigadores relataram que era seu primeiro salto no ano após vários meses longe sem saltar durante o inverno. Ele iniciou uma curva de 270 graus muito baixa e atingiu o solo em uma descida de mergulho.

Incidente nº 2
Um homem de 38 anos com 3.400 saltos e 13 anos de experiência saiu de um King Air a 6.000 pés para um salto de prática em preparação para uma competição de swoop. Este foi seu segundo salto do dia, e ele abriu seu paraquedas de 84 pés crossbraced em uma carga alar de 2.6 imediatamente após a saída. Calculou mal uma curva de 450 graus sobre um lago de swoop. Testemunhas relataram que ele não nivelou o velame antes do impacto.

Comportamentos de risco e lições aprendidas:
– A frequência importa. Os paraquedistas que retornam após uma pausa devem começar a fazer manobras agressivas gradualmente.
– Pousos de alta performance são inerentemente perigosas, mesmo para pilotos de velame experientes.
– A tendência para velames menores e com maior carga alar continua a forçar os limites da segurança quando feitos de forma imprudente.

Observações da Comunidade:
– Incentive pousos conservadores após o tempo de pausa — evite pousos em alta velocidade até que esteja totalmente acostumado.
– Aumente a conscientização sobre os riscos de erros de julgamento de altitude em cursos de velame.
– Promova o uso de treinamento estruturado de velame, especialmente para aqueles que estão reduzindo o tamanho.
– Lembre aos paraquedistas que mesmo pilotos de velame habilidosos não estão imunes a erros fatais.

ESTATÍSTICAS FATALIDADES 2024

GERALESPORTIVO
Média de Saltos: 3.200Média de Saltos: 4.000
Masculino: 77%Masculino: 100%
Feminino: 23%Feminino: 0%
Média de Carga Alar: 1.9Média de Carga Alar: 2.3
Mês mais Fatal: Janeiro
Atletas sem DAA: 2 (ambos poderia mudar seus desfechos)

E agora? Se você está pensado consigo mesmo

Muitos podem se identificar pessoalmente com alguns desses incidentes porque eles envolvem disciplinas nas quais participam ativamente. No entanto, alguns paraquedistas podem estar pensando:

  • Eu não sou um wingsuiter.
  • Eu não salto com velames pequenos.
  • Eu não faço curvas de alta performance.
  • Eu estou fisicamente e mentalmente apto para saltar de paraquedas.
  • Eu sempre treino meus Procedimentos de Emergência.
  • Eu priorizo ​​a segurança e a manutenção do equipamento.
  • Eu sou seletivo sobre as condições climáticas para meus saltos.
  • Eu só salto com pessoas habilidosas o suficiente para o salto que vou fazer.

Se for esse o caso, o próximo pensamento pode ser: “Eu realmente não aprendi nada de novo”. Esta apresentação pode ter reforçado as práticas de segurança que você já segue, mas isso significa que não há nada de novo que você possa fazer para se tornar um paraquedista mais seguro? Absolutamente não.

A verdade é que, como paraquedistas, não estamos inventando novas maneiras de nos matar — estamos repetindo os mesmos erros. Essa realidade simples diz muito sobre nossa cultura de segurança. Para entender verdadeiramente o que isso significa, primeiro precisamos definir cultura de segurança e explorar como cada um de nós pode influenciá-la positivamente.

Para entender isso, vamos começar com o panorama geral — como a segurança é construída. A segurança não acontece por acidente. Ela vem de sistemas projetados, procedimentos claros e comportamentos rigorosos. Todos os anos, vemos padrões semelhantes em fatalidades de paraquedismo, e a maioria deles poderia ter sido evitada.

Isso nos diz que, se quisermos fazer um progresso real, precisamos fazer mais do que apenas reconhecer o que deu errado. Precisamos entender como a segurança é criada e reforçada. Vamos dividi-la em três áreas principais: segurança projetada, segurança processual e segurança comportamental.

segurança no paraquedismo
Segurança projetada no paraquedismo (iniciada na década de 1960, mas os principais avanços começaram nas décadas de 1970 a 1990).

A segurança projetada se refere a melhorias em equipamentos e tecnologia que reduzem riscos e tornam o paraquedismo mais seguro. A maioria dos principais avanços aconteceu entre as décadas de 1970 e 1990, estabelecendo a base para os padrões de segurança modernos nos quais confiamos hoje. Principais avanços na segurança projetada:

– Velames quadrados (Ram-Air) (décadas de 1970 a 1980). Substituiu os paraquedas redondos, proporcionando mais controle, pousos mais suaves e melhor desempenho de flare. Reduziu pousos bruscos e ferimentos por pouso.
– Sistema de liberação de três argolas (aplicado em 1976). Tornou a desconexão de um velame principal com pane mais fácil e confiável. Um divisor de águas na resposta a emergências, evitando muitas fatalidades relacionadas a entrelaçamentos.
– Dispositivos de Abertura Automática (DAAs) (décadas de 1980-1990). Projetados para acionar o velame reserva automaticamente se o paraquedista não comandar a tempo. Tornou-se amplamente utilizado no final da década de 1990, reduzindo drasticamente as fatalidades não comandou/comando a baixa altura.
– Melhores padrões de velames e dobragem dos reserva (décadas de 1980-1990). Materiais mais fortes, ciclos de redobragem mais rigorosos e testes avançados melhoraram a confiabilidade do reserva. Novos projetos de velame reserva forneceram melhor estabilidade e controle de pouso.
– Melhorias no sistema de harness e container (década de 1990). Harness mais seguros reduziram o risco de os paraquedistas escorregarem. Melhores projetos de container melhoraram a confiabilidade no comando e reduziram as aberturas prematuras.

Conclusão:
No final da década de 1990, a segurança projetada havia melhorado drasticamente as taxas de sobrevivência no paraquedismo. Mas a tecnologia por si só não é suficiente — os procedimentos e o comportamento devem evoluir com ela.
segurança no paraquedismo
Segurança processual no paraquedismo (décadas de 1990 a 2010 e além). A segurança processual se refere às regras, recomendações, métodos de treinamento e melhores práticas que os paraquedistas seguem para reduzir riscos. Enquanto a segurança projetada nos deu melhores equipamentos, as melhorias na segurança processual das décadas de 1990 a 2010 ensinaram os paraquedistas a usar esses equipamentos de forma mais eficaz. Este é um esforço contínuo, com novas medidas de segurança ainda sendo introduzidas hoje. Alguns dos principais avanços na segurança processual incluem:

– Programas de treinamento de alunos mais rigorosos (décadas de 1990 a 2000). Treinamento padronizado no AFF e tandem. Exercícios de procedimentos de emergência mais estruturados para alunos. Maior foco no controle do velame e padrões de pouso.
– Folha de progressão em velame da USPA para cateogira B (2004) Introduziu o treinamento obrigatório de velame antes de obter a categoria B. Focado no manuseio básico do velame, precisão e prevenção de colisões. Primeiro passo significativo para melhorar as habilidades de velame do paraquedista.
– Áreas de pouso divididas. Implementação de áreas de pouso separadas para pousos de alta performance e padrão. Redução de conflitos de tráfego de velame e riscos de colisão minimizados. Incentivou as DZ a estabelecer procedimentos claros de área de pouso.
– Conscientização expandida para velame (2010-presente). A USPA e outras organizações pressionaram por um melhor treinamento de velame de alta performance.
Ênfase em evitar curvas baixas perigosas e entender a carga alar.
– Novas atualizações do Manual da USPA (2024) – Procedimentos de emergência de velame. O avanço mais recente em segurança processual. Foram adicionados Procedimentos de Emergências com o velame ao treinamento para ajudar os paraquedistas a reagir adequadamente a panes de baixa altura. Garante que os paraquedistas saibam o que fazer antes de se encontrarem em uma situação de alto risco.

Conclusão:
A segurança processual está em constante evolução para corresponder aos riscos do paraquedismo moderno.
segurança no paraquedismo

E o último tópico, a segurança comportamental no paraquedismo, veja em detalhes abaixo.

CULTURA DE SEGURANÇA

Cultura de segurança é como um grupo pensa e age sobre segurança. Não se trata apenas de regras — trata-se da mentalidade e hábitos que ajudam a prevenir acidentes. Uma cultura de segurança forte significa que todos assumem a responsabilidade, cuidam uns dos outros e fazem escolhas inteligentes para reduzir o risco antes que algo dê errado.

Uma forte cultura de segurança ajuda o paraquedismo a se tornar cada vez mais seguro em vez de repetir os mesmos erros. A maioria dos acidentes de paraquedismo acontece pelos mesmos motivos de antes, não por causa de novos perigos. Quando todos nos comprometemos com a segurança, prevenimos acidentes, salvamos vidas e tornamos o esporte mais seguro para todos.

Qual é o seu papel? Até este ponto, focamos em fatalidades — o resultado mais grave de decisões ou condições inseguras. Mas se falarmos apenas sobre fatalidades, perdemos a visão geral de como os acidentes realmente acontecem e, mais importante, onde podemos causar o impacto mais significativo na segurança. É aqui que entra o nosso papel individual.

Onde nos encaixamos nisso? Como paraquedistas individuais, nosso papel na segurança não é apenas evitar fatalidades — é reduzir comportamentos de risco que levam a fatalidades. É isso que define a cultura de segurança — um esforço coletivo em que todos são responsáveis ​​por identificar e corrigir riscos antes que eles levem a consequências sérias.

segurança no paraquedismo
Por que as fatalidades são apenas a ponta do iceberg:

Cada fatalidade é apenas uma parte de um padrão de risco muito maior. A teoria de Heinrich nos diz que para cada fatalidade, há cerca de 10 acidentes graves e, abaixo disso, milhares de quase acidentes e comportamentos de risco. A melhor maneira de prevenir fatalidades não é esperar até que algo catastrófico aconteça, mas abordar os riscos muito antes que eles aumentem. Este relatório se concentra nas fatalidades e nos erros que as levaram, mas as fatalidades são apenas a ponta do iceberg. De acordo com a teoria de Heinrich, para cada fatalidade, há cerca de 10 acidentes graves.
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De acordo com a teoria de Heinrich, para cada acidente grave, há cerca de 10 acidentes leves.
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De acordo com a teoria de Heinrich, para cada acidente leve, há cerca de 10 quase acidentes.

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De acordo com a teoria de Heinrich, para cada quase acidente, há cerca de 10 comportamentos de risco.
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Pense nisso por um minuto — 90.000 ações arriscadas aconteceram no paraquedismo no ano passado. Se houve 3.9 milhões de saltos em 2024, isso significa que uma ação de alto risco (comportamento de risco) aconteceu em cerca de um em cada 43 saltos de paraquedas. Isso é muito! Isso mostra por que focar em pequenos erros é tão importante — se os pegarmos cedo, podemos evitar que incidentes mais sérios aconteçam.

Primeiro, vamos definir o que é um comportamento de risco.

Um comportamento de risco é qualquer ação ou situação que aumenta a chance de um acidente. Isso inclui:
Condições inseguras – como saltar em mau tempo ou usar equipamento mal conservado.
Ações inseguras – não praticar regularmente procedimentos de emergência ou entrar na aeronave sem um check de equipamento.

Regras e regulamentos definem os limites do que é legal, o que define o limite externo para o que é aceitável. Mas não podemos fazer uma regra para tudo, nem queremos.

É aqui que a cultura de segurança no paraquedismo precisa preencher a lacuna. Uma mentalidade de grupo forte e focada na segurança ajuda a definir limites claros sobre o que é aceitável e o que é muito arriscado. É aqui que as coisas ficam um pouco complicadas. O que estamos vendo em fatalidades e relatórios de incidentes é parte da história que não é discutida o suficiente ou tratada corretamente.

Grande disparidade entre o que é comportamento seguro aceitável em culturas de segurança e em nossas opiniões pessoais e o que toleramos de outros indivíduos.

segurança no paraquedismo

Alguém pode se envolver em um comportamento de risco porque vê uma recompensa imediata que supera o risco percebido — pelo menos em sua mente.
Por exemplo:

  • Nós escapamos impunes: Se nada de ruim acontecer nas primeiras vezes, começamos a acreditar que não é perigoso.
  • Economizando tempo: Correndo nos check de equipamentos ou pulando um briefing pré-salto para embarcar na próxima decolagem mais rápido.
  • Menos esforço: Emburacando mais para espremer uma queda livre mais longa em vez de priorizar uma altitude segura.
  • Parecendo habilidoso ou corajoso: Tentando pousos em alta velocidade além de sua capacidade para impressionar os outros.
  • Evitando constrangimento: Não pedir conselhos ou ajuda, mesmo quando não tem certeza sobre algo.
  • Pressão dos colegas: Acompanhar um salto fora de nossa experiência porque todos os outros estão fazendo isso.

Se eles não vivenciarem uma consequência imediatamente, eles podem continuar fazendo isso, pensando que a recompensa vale o risco — até que isso os alcance.

Quando não falamos sobre comportamento inseguro, isso ensina às pessoas que escolhas arriscadas são aceitáveis ​​e torna os acidentes mais prováveis. Se um paraquedista experiente assume que um menos experiente já sabe mais, ele pode não dizer nada. Isso pode fazer o paraquedista que está arriscando pensar que o que ele fez foi bom. Veja como o risco versus recompensa desempenha um papel:

  • O atleta se arriscando se sente recompensado — se ele pega um atalho e nada de ruim acontece, ele acha que é uma boa ideia e pode fazer de novo.
  • O atleta experiente evita uma situação embaraçosa — dizer algo pode ser desconfortável, então ficar quieto parece mais fácil.
  • O mau hábito se espalha — se ninguém o corrige, outros podem ver o comportamento e copiá-lo.

O problema? Toda vez que alguém se safa de uma ação arriscada, ele se sente mais confiante em fazê-lo — até que um dia, dá errado.

Efeito Dunning-Kruger

Pessoas com pouca experiência muitas vezes acham que sabem mais do que realmente sabem. Os paraquedistas notaram isso há anos e até têm um nome para isso: “maravilha dos 100 saltos”. Mas você sabia que há um outro lado nisso? O efeito Dunning-Kruger também explica o outro lado desse padrão. Pessoas muito experientes às vezes subestimam suas próprias habilidades ou assumem que o é fácil para elas é fácil para todos os outros

  • Um paraquedista experiente vê um paraquedista novato cometendo pequenos erros durante o pouso, mas presume: “Eles provavelmente já sabem o que estão fazendo errado”. Como o pouso parece fácil para eles, eles não percebem que o paraquedista novato pode nem reconhecer o erro. Então, em vez de oferecer conselhos, eles não dizem nada — perdendo a chance de orientar que pode ajudar a prevenir um acidente.
  • Um paraquedista veterano percebe um paraquedista novato fazendo check de equipamento rápido ou pulando etapas importantes. Eles hesitam em falar, pensando: “Eles já fizeram isso antes; eles devem saber o que estão fazendo”. Mas, na realidade, o paraquedista está perdendo uma etapa crítica de segurança.

Paraquedistas experientes devem falar quando veem algo inseguro. Seja abordando o indivíduo diretamente ou levando isso à atenção de um líder, falar pode prevenir acidentes e salvar vidas. Presumir que o risco é óbvio e que outros já sabem enfraquece a cultura de segurança e permite que comportamentos perigosos continuem.

Se eliminássemos nossa tolerância para comportamentos de risco, poderíamos dar um grande passo em direção à meta do “Projeto Zero” do presidente da USPA — visando um ano com zero fatalidades em paraquedismo. Mas, como discutimos, o maior desafio que resta é nossa cultura de paraquedismo. Essa é a peça final que precisamos melhorar.

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É importante entender que a segurança não é uma meta com uma linha de chegada — é um processo contínuo. O “Projeto Zero” faz parecer que há um ponto final, mas a segurança real no paraquedismo é sobre aprender, melhorar e permanecer responsável constantemente. Ela nunca termina de verdade — ela evolui à medida que ganhamos mais conhecimento e experiência.

CONCLUSÃO

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O Índice de Fatalidade para 2024 é de 0,23 fatalidades por 100.000 saltos, o menor já registrado no paraquedismo. Isso significa que houve 1 fatalidade para cada 431.000 saltos, uma grande melhoria em relação aos anos anteriores. Agradeço seu tempo hoje querendo evoluir sua segurança no paraquedismo. Espero que você tenha aprendido algo valioso. Obrigado por estar aqui!


REFERÊNCIAS:

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