O paraquedismo brasileiro fez historia novamente com mais um recorde, depois de estabelecer recordes feminino no paraquedismo em março, dessa vez foi a vez da galera do head down estabelecer mais um recorde brasileiro e sul-americano ao realizar um 30-way de head down, saiba mais sobre este evento histórico.
O evento foi realizado no Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva/SP, uma das maiores áreas de paraquedismo do mundo e que já registrou diversos recordes nacionais e internacionais. O evento teve cobertura ao vivo realizada pela pagina Asas do Homem. O feito também foi registrado pela Batoque Filmes que produziu um documentário sobre o recorde e você pode ver no final deste artigo.
O objetivo era quebrar o recorde de head down nacional de 21-way e o recorde sul-americano de 28-way, o head down [e considerado a Formula 1 do paraquedismo nesta modalidade os atletas ficam de cabeça para baixo na queda livre podendo passar dos 300km/h.
PREPARAÇÃO
O recorde foi organizado pelo atleta Paulo Pires que é integrante da equipe FlyOn Freefly, uma escola que ensina e prepara atletas para que os mesmos possam adquirir experiência e habilidade para saltos na modalidade freefly. Paulo Pires, ou PP como é conhecido, tem 43 anos de idade e 14 anos de experiência no paraquedismo com mais de 6.500 saltos no currículo, além de organizador de saltos e eventos ele também é recordista nacional e mundial no paraquedismo.
O recorde foi estabelecido em 2021, mas a preparação para a quebra do recorde já estava sendo feita a dois anos, durante este tempo Paulo Pires foi montando a equipe que iria participar da quebra do recorde e realizando treinamentos para capacitar os atletas.
Os treinamentos são chamados de “Vertical Training”, criado pela FlyOn com o objetivo de preparar os atletas para o recorde de head down, no treinamento é ensinado desde a forma de sair do avião, até a forma de aproximação da formação. “Ensinamos como o atleta tem que se posicionar em queda livre, como ele se prepara pra fazer o gripe, que é quando você pega na mão do seu amigo, e é o que caracteriza o recorde, já que para ser validado tem que haver um toque simultâneo de todas as pessoas que estão na formação. Isso é predeterminado por um juiz e a gente tem que confirmar isso através de uma foto ou de um vídeo do câmera oficial do evento”, ressalta Paulo Pires.
O GRANDE DIA
Em 2021 o grupo decidiu estabelecer novamente o recorde de head down, a data escolhido foi uma terça-feira, dia 29 de Junho, no CNP em Boituva, em um dia nublado iriam ser realizadas dez tentativas para a quebra do recorde.
Os saltos foram realizados utilizando dois aviões Cessna Caravan voando em ala e com altura de lançamento a 16 mil pés com a temperatura atingindo -13º, a base da formação saia do avião e se posicionava no céu enquanto os demais atletas tentavam alcançar e realizarem o gripe simultâneo necessário para o recorde, tudo registrado por cameraman no céu e em solo.
A cada salto os atletas se reuniam para fazer o briefing e depois o debrifieng para acertar o que não estava dando certo, após seis saltos sem sucesso e com muita dedicação veio então a sétima tentativa e ao pousar todos já sentiam que tinha dado certo, na sala da CBPq veio o veredito do juiz, o recorde foi quebrado!
O RECORDE
O primeiro recorde sul-americano estabelecido em 2016 foi um marco na história, pois reuniu pela primeira vez paraquedistas de toda a América do Sul, incentivando atletas de diversos países a treinar e realizar recordes em seus respectivos países.
Após a realização do recorde sul-americano, alguns países como Chile, Argentina e Paraguai estabeleceram seus recordes nacionais, o que deixa claro a importância da união dos atletas sul-americanos.
O recorde estabelecido em 2021 foram os seguintes:
- Recorde brasileiro de head down, 30-way
- Recorde sul-americano de head down, 30 way
O recorde brasileiro foi homologado e confirmado pela Confederação Brasileira de Paraquedismo e o recorde sul-americano necessitam de dois juízes de nível mundial e integrantes do comitê de arbitragem da FAI (Federação Aeronáutica Internacional) Essa avaliação pode ser feita por dois árbitros on-line e um juiz nacional, integrante do comitê de arbitragem da FAI in loco.
INTEGRANTES
Veja abaixo a lista dos 30 atletas que participaram da quebra do recorde.
- Paulo Pires
- Ganza
- Jean Agostinho
- Caus
- Johnatan Lastri
- Roni Griger
- Isaac Ribeiro
- Lucas Carvalho
- Joao Tambor
- Bruno Souto
- Jonathan Pirex
- Edu Coelho
- Dandan
- Joaquim
- Gheovanna
- Maju Pascon
- Gustavo Arruda
- Alan do Vale
- Humberto Nogueira
- Vitor Cruz
- Davi Costa
- Marcela Prado
- Indio
- Fritz
- Heric Stilben
- Alex Carneiro
- Lu Gomes
- Gutemberg
- Roncato
- Glauber Jackson
O evento teve o apoio das seguintes instituições:
- Confederação Brasileira de Paraquedismo
- Skydive4Fun
- United Parachute Technologies
- Cypres
- Icarus Canopies
- LB Altimeters
- Asas do Homem
O grupo ainda tentou quebrar o próprio recorde no dia seguinte realizando um 31-way e 32-way, mas não houve sucesso. Para o futuro, o grupo pretende quebrar o recorde sul-americano em 2022.
“Esse ano nós estaríamos organizando um recorde sul-americano, mas por questões da pandemia, fronteira fechada, a gente decidiu postergar e fazer um brasileiro entendendo que a gente tinha pessoas qualificadas pra isso e para o próximo ano será o recorde sul-americano. Pela quantidade de brasileiros treinados e pelo sucesso do último recorde Brasileiro realizado recentemente, nós estimamos fazer um recorde de 50 pessoas”.
DOCUMENTÁRIO
Veja a seguir o documentário completo do recorde de head down:
https://www.instagram.com/p/CRr39urjhxg/
Foram 2 anos para 1 segundo!