Velocidade em queda livre. Já percebeu que quando ainda somos categoria AI ou A e saltamos com um instrutor sempre voamos no mesmo nível e próximo do instrutor, mas quando se tornamos categoria B e começamos a saltar com outros paraquedista do mesmo nível tudo fica mais difícil?
Temos dificuldade de voar no nível, voar próximo e se aproximar, todos esses ponto acaba sendo novidade e requer prática, repetição e a evolução vem aos poucos, vai somando e construindo a base.
Um dos pontos importantes nisso é o ajuste da velocidade em queda livre, conhecido como nível em relação a formação ou base. Neste artigo vamos dar algumas dicas e técnicas para que você possa evoluir com mais sucesso.
VISTA-SE PARA O SUCESSO
Muito provável que já tenha escutado essa frase, pois bem, ela é fará total sentido durante a sua jornada no paraquedismo, portanto, guarde ela na sua memoria para sempre.
O que influencia a sua velocidade em queda livre, além do seu peso, é o arrasto causado pela roupa ou macacão. Se você for uma pessoa leve, um macacão mais justo é recomendável e se for mais pesado, um macacão mais largo, com bastante tecido sobrando.
Além disso na hora do briefing alguns pontos devem ser levados em consideração:
- Quem vai participar do salto? São leves ou pesadas? Experientes ou iniciantes?
- Qual vai ser o tipo de formação? Qual a quantidade de pessoas?
Encontre um macacão que te coloque no meio da sua zona de conforto. Se achar que a formação vai cair rápido demais, pode colocar um cinto com peso igual. Mas atenção, colocar peso aumenta a sua carga alar, portanto, tome cuidado com a quantidade de peso que irá colocar. Converse com um instrutor antes.
Se for o contrário, você for cair mais rápido que a formação irá precisar colocar arrasto, um macacão largo com tecido de sobra já deve ajudar, o quanto de arrasto? Essa resposta você vai saber somente na hora de saltar, em alguns casos pode ser só um pouco ou outros casos é necessários aqueles macacão gigante.
Não se preocupe se você está feio, não está em um desfile de moda, bonito é conseguir participar do salto e acredite estar com a vestimenta correta é 50% de sucesso!
ANALISE A FORMAÇÃO
Formações com desenhos diferentes variam sua velocidade em queda livre. Reconheça e entenda isso durante o treino do salto no chão. Uma base com seis paraquedistas cai mais rápido do que uma base com quatro paraquedistas, que cai mais rápido do que um Donuts ou um Compressed Accordions.
Ficando para Baixo
Tentar chegar com muita vontade na formação e acabar passando para baixo. Quem nunca? Principalmente para os iniciantes ou que pesam mais, isso é normal acontecer. Se você for leve, é bem provável que não terá problemas e raramente isso vai acontecer, mas não é impossível.
Para evitar que isso aconteça, antecipe, olhe a posição dos outros atletas se aproximando da formação. Eles estão com a posição do corpo voando mais rápido (pernas encolhidas, braços perto do corpo)? Se esse for o caso, sua aproximação pode ser mais agressiva. Ou estão com as pernas esticadas, braços abertos tentando frear? Diminua a sua velocidade em queda livre antes, se antecipar é a palavra chave.
Ficando para Cima
Esse é um problema pior do que ficar para baixo da formação. Flutuar acima da formação e pegar o vácuo pode ser desastroso. Fazendo com que você caia em cima de outro paraquedista.
Esta é a importância de consolidar uma base, experienciar algumas coisas antes de ir para modalidades mais rápidas e perigosas. Se o LO (organizador) do salto pedir para que você coloque peso, faça isso. Sempre lembrando que sua carga alar irá aumentar com o peso!
Depois que chegar na formação, qualquer movimento de perna e braço que fizer o seu corpo sobe, você está flutuando de novo, portanto, mantenha na posição adequada após fazer o grip. É normal a gente relaxar o corpo e acabar se atrapalhando de novo.
PEQUENAS METAS E GRANDES AVANÇOS
A jornada é sua, de ninguém mais. Só você sabe das facilidades e também das dificuldades mentais, físicas ou qualquer outra.
Às vezes o que é fácil para os outros é super difícil para você ou vice-versa, portanto, é muito importante colocar metas para cada salto. Por menor que seja. Pode ser tentar ficar mais calmo dentro do avião, tentar sair por último no salto, respirar fundo antes de fazer o grip, praticar a queda mais lenta. As possibilidades são infinitas e dependem do estágio em que você se encontra na sua jornada.
Sempre coloque uma meta, isso irá fazer você focar mais e evoluir um pouco a cada salto, a ideia é que depois de cada meta atingida isso se torne algo automático.
DEBRIEFING
Se não tiver saltando com um coach, apenas mostre o seu vídeo para o seu instrutor de confiança. Mas antes de mais nada, faça um debriefing do salto com você mesmo. Daí sim peça para o instrutor te dar umas dicas. Aprenda e leve com você as lições, o resto joga fora e toca a vida.
CONCLUSÃO
Voar no nível é sempre uma questão de analise. Se é em uma grande formação vai depender do desenho da formação e do seu slot, se é para acompanhar um salto duplo leva em consideração o peso de instrutor e passageiro ou se é apenas um salto para se divertir com os amigos veja como cada um está vestido e a razão de queda.
Mas no geral podemos definir assim: Quer cair rápido? Tire pano, coloque peso, não se esqueça da carga alar. Quer cair devagar? Coloque pano. Mas o mais importante de tudo é: voe seu corpo, o resto são apenas meios auxiliares.
A prática leva a perfeição, lembre-se sempre de se vestir para o sucesso e tenha bons saltos!