Componentes do Paraquedas

Hoje vamos falar sobre os componentes do paraquedas, o paraquedismo é uma daquelas coisas que você provavelmente vê o tempo todo. Quase todo produto importante já fez um comercial com paraquedistas. Muitos filmes de ação apresentam paraquedistas. O paraquedismo aparece em reality shows e é o suporte dos militares, se quiser conhecer a história do paraquedismo no Brasil e no mundo, recomendo este artigo.

Neste artigo, iremos mostrar os principais componentes do paraquedas, que estão presentes na nossa “mochila mágica” que colocamos nas costas e partimos rumo ao céu.

CONTAINER

Vamos começar pelo container, o nome diz respeito à mochila que armazena todas os componentes do paraquedas. O containeir contém duas seções, uma segurando o paraquedas reserva e outra segurando o paraquedas principal. Na parte inferior do container há uma pequena bolsa (chamada de BOC, sigla para Bottom of Container) que mantém o pilotinho (vamos falar dele mais para frente) alojado.

Container do paraquedas

O container geralmente é feito de nylon cordura, entretanto, contudo, outros materiais estão disponíveis, por exemplo, o nylon balístico. As propriedades do material variam conforme o fabricante. Geralmente, o nylon cordura é mais resistente à abrasão, enquanto o nylon balístico é mais resistente ao rasgo. Em qualquer caso, um container bem conservado durará cerca de 1000 saltos.

Material do container

O peso total da mochila com todos os itens pode variar entre 7 e 14 quilos, dependendo do tipo de salto e do nível de experiência do paraquedista.

PARTE FRONTRAL

Sistema 3 Argolas – São três argolas de tamanhos diferentes, a maior fica fixada no equipamento e as outras menores ficam fixadas aos tirantes do paraquedas principal, uma argola passa por dentro da outra dividindo as forças existentes. A argola menor tem em sua parte superior uma linha (loop) que transpõe o tirante e fica presa por um cabo flexível. A função do sistema 3 argolas é garantir que em caso de pane o paraquedista consiga desconectar rapidamente seu paraquedas principal.

Sistema 3 argolas

RSL (Reserve Static Line) – Uma fita conectada uma de suas pontas ao tirante do paraquedas principal, e a outra ponta ao pino de abertura do paraquedas reserva. Sua funão é que ao se efetuar a desconexão do paraquedas principal o RSL garante a abertura do reserva. É bom citar que o RSL não acelera a abertura do reserva, apenas garante a sua liberação.

Reserve Static Line - RSL

Tirante de Peito – Uma alça que fica localizada na altura do peito e deve ser ajustada para ficar firme e grudada no tronco do paraquedista.

Tirante de peito

Punho do Desconector – Este punho fica localizado no lado direito na altura da costela, ao puxa-lo é realizado a desconexão do paraquedas principal. O punho tem dois cabos ligados que passam por dentro de canduites, esses cabos são extraídos e liberam o sistema 3 argolas de ambos os lados.

Punho para desconectar o paraquedas principal

Punho do Acionamento do Reserva – Este punho fica localizado no lado esquerdo na altura da costela, ao puxa-lo é liberado o paraquedas reserva. O punho do reserva possuí um cabo de aço que passa por dentro do canduite e está ligado no pino de liebração do paraquedas reserva.

Punho para acionar o paraquedas reserva

Tirante de Perna – Duas alças que ficam na parte de baixo do container e deve ser ajustada para ficar firme e grudada nas pernas do paraquedista para mante-lo preso ao equipamento.

Tirante de perna

PARTE TRASEIRA

DAA (Disposito de Abertura Automática) – Um dispositivo eletrônico de ativação automática, este equipamento é responsavel por realizar a abertura automática do paraquedas reserva em certa altitude caso o paraquedista não acione o paraquedas principal.

Dispositivo de Abertura Automática - DAA

Abras de Proteção – Como o nome diz, são duas abas de proteção, servem para proteger os pinos de liberação dos paraquedas, tanto do principal como do reserva. 

Abas de proteção dos pinos

Pinos de Liberação – Estes pinos ficam abaixo das abas de proteção e mantém os velames dentro do container. Os pinos passam por dentro de um pedaço de “corda” chamada de loop, ao comando o paraquedas (principal ou reserva) o pino sai de dentro do loop e começa a liberação do velame.

Pino de liberação do velame principal

Punho do Pilotinho – O paraquedista usa este punho para acionar o paraquedas principal, o pilotinho fica alojado na BOC, entratanto o punho fica exposto do lado de fora, o paraquedista pega o punho e joga para o lado em queda livre para começar a liberar o paraquedas principal.

Pilotinho para acionar o velame principal

PARAQUEDAS

Pilotinho – O termo no diminutivo se faz pela sua aparência de “mini paraquedas” responsavél por acionar o velame (principal e reserva). Ele é lançado no vento fica voando atrás do paraquedas maior. Ao ser solto no vento, esse equipamento é inflado pelo ar e arrasta o velame para fora da mochila.


Bridle – Uma tira de nylon com 2 a 3 metros de comprimento, uma de sua pontas fica conectada ao pilotinho e a outra na parte superior central do velame, o pino de liberação também fica presa a bridle. Sua função é fazer a ligação entre o pilotinho e o velame dentro da bolsa, permitindo que o velame seja extraído.


Bolsa – É aqui dentro onde o velame fica guardado quando está dobrado, esta bolsa vai dentro do conteiner e uma parte das linhas também ficam presas a bolsa.

Bolsa, bridle e pilotinho send extraídos

Velame – Popularmente chamado de paraquedas, ele que permite diminuir a velocidade do paraquedista na atmosfera através do arrasto que é criado. Normalmente um velame é feito de tecido leve e forte de nylon, originalmente de seda. Existem velames de diferentes formatos e tamanhos.


Bordos de ataque e fuga – Bordo de ataque é a parte da frente do velame, por onde entra o vento. Bordo de fuga é a parte de trás do velame, por onde sai o vento.


Células – O velame, por sua vez, é formado pelas células de náilon, que inflam para lhe dar o formato de uma asa, uma célula é formada por duas entradas de ar. 

Estabilizador – As tiras verticais de tecido presas às células finais do velame aumentam sua capacidade de voar em linha reta.


Linhas – Grupo de linhas que geram sustenção ao velame, ficam conectadas no velame e nos tirantes do equipamento. Também possuem as linhas de freio, responsavéis por permitir a digiribilidade do velame.


Slider – Um pedaço retangular de tecido de náilon com um ilhó em cada ponta, cada grupo de linhas passa através de um dos ilhós. A sua função é regular a velocidade de abertura impedindo que o grupo de linhas se enrolem.


Tirantes – São 4 tiras que conectam o container às linhas de suspensão. Sendo dois tirantes traseiros e dois tirantes dianteiros. Paraquedistas experientes conseguem utilizar os tirantes para manobrar o velame.

Paraquedas completo e seus componentes

Links – Tem duas variações, sendo soft link (esquerda) e hard link (direita), são pequenos e resistentes componentes que conectam os tirantes as linhas de suspensão.

Hard e soft link que prendem os tirantes as linhas do paraquedas

Batoques – Alças fixadas nos tirantes traseiros que servem para pilotar o velame. O velame vira para a direita quando o batoque da direita é puxado, e vira para a esquerda quando o batoque da esquerda é puxado. Puxando os dois batoque se realiza o flare, utilizado para freiar o velame.

Batoques para navegar e freiar o paraquedas

CONCLUSÃO

Estes são os principais componentes do paraquedas, dependendo do modelo, objetivo do salto e experiência do paraquedista podem ocorrer pequenos detalhes de diferença.
Lembre sempre de checar e revisar todas os componentes do paraquedas regurlarmente e tenha bons saltos!


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